Islamismo

O Alcorão

Por Matt Slick– Tradução David Brito

O Alcorão (Koran, Qur’an) é o livro mais sagrado do Islã. Os muçulmanos consideram que é a palavra real de Deus e não a palavra de Maomé a quem foi dada . A tradição muçulmana diz que o anjo Gabriel visitou Maomé e deu-lhe as palavras diretamente de Alá. Estas palavras eram palavras de sabedoria, a verdade de Deus e mandamentos para sua criação. O Alcorão (que significa recitação) foi revelado no dialeto árabe usado pela tribo Quraish de Meca da época. Esse dialeto se tornou o árabe formal das nações islâmicas, devido à distribuição de escrituras corânicas por todo o império islâmico. No árabe, o Alcorão foi escrito em estilo poético e com rimas. Aqueles que falam a língua dizem que é uma bela obra.

O Alcorão lida principalmente coma questão de como Deus quer que a humanidade acredite, e lida com a luta moral do homem. Seu tema principal é a de completa submissão à vontade de Alá. No entanto, também ensina:

  • Existe apenas um Deus soberano (3:191, 5:73; 112:1-4).
  • Haverá o fim do mundo e o julgamento final (3:30; 35:33-37).
  • Aqueles que não são muçulmanos irão para o inferno (2:24; 3:12).
  • Aqueles cujas boas obras excederem as más obras irão para o paraíso (3:135; 7:8-9;21:47).
  • Comportamento ético e social para as comunidades islâmicas.

No ano de 610 (acredita ser o dia 26 de Ramadan), enquanto em uma caverna no Monte Hira, que agora é chamado de Monte Jabal Nur, Maomé disse que o anjo Gabriel apareceu para ele e ordenou-lhe a recitar (96: 1-19). Daquele ponto em diante, Maomé afirmou ter recebido revelações até o momento da sua morte – 23 anos depois, em 632. Nestes encontros com o anjo Gabriel, as vezes, Maomé via o anjo, outras vezes ele só iria ouvi-lo e, outras, ele só ouviu o som de um sino através do qual as palavras do anjo vieram.

Uma vez que Maomé não sabia ler nem escrever, seus companheiros escreveram o que ele ia dizendo. Essas recitações foram copiadas para uma variedade de materiais: Papiro, pedras planas, folhas de palmeira, omoplatas e costelas de animais, pedaços de couro e tábuas de madeira. Além disso, estas palavras também foram memorizadas pelos seguidores de Maomé. Na verdade, até hoje grande ênfase é colocada sobre memorizar todo o Alcorão, e há muitos milhares de muçulmanos que decoraram todo o Alcorão. A obra tem mais ou menos o mesmo tamanho do Novo Testamento.

Aparentemente, não houve tentativas de ajuntar todas as palavras dadas por Maomé durante sua vida. Afinal, Maomé estava continuamente a receber as ‘recitações’ em uma base regular. Depois que ele morreu em 632, Abu-Bakr, o sogro de Maomé, tornou-se o califa (líder religioso dos muçulmanos). Naquele tempo já havia um pequeno esforço para recolher os fragmentos de palavras do Alcorão em um lugar comum. Ainda assim, foi somente quando o quarto líder do islã, o califa Uthman conseguiu que todo o Alcorão fosse finalmente montado, aprovado e divulgado em todo o mundo muçulmano.

O Alcorão contém muitas figuras bíblicas (Abraão, Davi, Moisés e Jesus), bem como figuras não bíblicas. No entanto, alguns dos relatos de personagens bíblicos são diferentes da Bíblia.

O Alcorão é dividido em 114 capítulos chamados Suras. A palavra Surata significa “linha.” Hoje, o Corão é organizado com as suras mais longas primeiras e as curtas depois.

As revelações são identificadas como tendo sido reveladas quer em Meca ou Medina. Geralmente, aquelas reveladas em Meca foram as primeiras a serem reveladas, são mais poéticas e lidam com temas apocalípticos. As revelações de Medina lidam mais com a lei de Deus. Muitos notaram que o arranjo do Alcorão não é cronológico ou temático. Os assuntos tendem a ser separados e alternados. Isto é devido, em parte, com as instruções de Maomé para colocar certos assuntos em lugares diferentes nos capítulos. Os muçulmanos são conscientes disso e consideram que é a ordem divina no Corão.

Matt Slick

Matt Slick é o presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry. Formado em Ciências sociais pelo Concordia University, Irvine, CA, em 1988. Bacharel em ciências da religião e mestre em apologética pelo Westminster Theological Seminary in Escondido, Califórnia